Novo ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência (SAC), Eliseu Padilha declarou ao receber o cargo, nesta terça-feira, que a prioridade de sua gestão no Rio Grande do Sul é concluir as obras do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
— A Infraero tem um compromisso com a sociedade brasileira, especialmente com a gaúcha, com relação ao Salgado Filho. E ela vai cumprir — disse.
O ministro já pediu um levantamento sobre a situação das melhorias no terminal gaúcho, como a ampliação do terminal de passageiros, que convivem com atrasos. Ele pretende rever os cronogramas e, se necessário, romper os contratos. Das obras previstas, a que mais preocupa é a ampliação da pista.
— Onde houver maior atraso, é onde tem de haver maior ação. Se nós tivéssemos que fazer uma opção, teríamos que começar, amanhã, a expansão da pista. Sem pista, aeronave de maior porte ou de carga não desce — afirmou.
Padilha conta com auxílio da prefeitura de Porto Alegre e do governo gaúcho para resolver pendências sobre terreno e licenças ambientais. Ele pretende se reunir com o governador José Ivo Sartori nos próximos dias para tratar do assunto.
— O que não pode é nós pararmos construções que hoje estão em andamento, porque elas vão se deteriorando com o passar do tempo. Um grande volume de recursos tende a se decompor — destacou.
Em seu primeiro discurso no novo ministério, Padilha destacou que os aeroportos brasileiros têm plenas condições de operar com sucesso nos Jogos Olímpicos de 2016, a exemplo do que ocorreu na Copa do Mundo. Ele afirmou que novas concessões de terminais à iniciativa privada serão feitas nos próximos anos.
O gaúcho também definiu o plano de aviação regional como a "prioridade absoluta" de sua gestão. Lançado há dois anos com a previsão de erguer 270 aeroportos, o plano ainda não deixou o papel. A intenção é lançar as primeiras licitações em 2015.
Advogado e empresário, ex-prefeito de Tramandaí (1989-1992), Eliseu Padilha elegeu-se deputado federal em 1994. Foi secretário dos Negócios do Trabalho, Cidadania e Assistência Social do governo no Rio Grande do Sul e ministro dos Transportes ao longo do governo Fernando Henrique.
Em 2002, Padilha voltou a se eleger deputado federal, reeleito quatro anos depois. Em 2010, ficou como suplente, porém, exerceu boa parte do mandato em virtude da passagem de Mendes Ribeiro (PMDB-RS) pelo Ministério da Agricultura e pela licença médica do colega.
Ligado aos tucanos ao longo da carreira, Padilha se aproximou do PT nos últimos quatro anos. Nome de confiança do vice-presidente Michel Temer, teve participação na campanha de reeleição de Dilma Rousseff. O empenho e o trânsito no Congresso, em especial na bancada do PMDB, renderam a indicação para voltar à Esplanada como ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil.
Padilha substitui na SAC o ministro Moreira Franco, que, em seu discurso de despedida, saudou as concessões de grandes terminais à iniciativa privada e os investimentos em aeroportos, que beiram os R$ 11,5 bilhões. Moreira destacou a "mudança profunda" pela qual a aviação civil passou nos últimos anos, ilustrada no sucesso das operações em aeroportos na Copa do Mundo e na redução no índice de atrasos nos voos de final de ano — de 2013 para 2014 houve queda de 13% para 10%.
— Fizemos uma mudança profunda no ambiente da aviação civil brasileira. Mudança que se refletiu no resultado das operações na Copa do Mundo — disse Moreira.
Eliseu Padilho é filiado ao PMDB, gaúcho, advogado e empresário. Tem 69 anos e começou a atividade política em sua cidade natal, Canela. Já foi prefeito de Tramandaí (1989-1992), ministro dos Transportes (1997-2001) e deputado federal (1995-1999; 2003-2011).
Comentários
Postar um comentário