Efeito Viracopos


Das 14 seleções que ficarão no Estado de São Paulo durante o período da Copa do Mundo, quase a metade ficará espalhada na região de Campinas e cidades vizinhas - Portugal e Nigéria em Campinas, Rússia e Japão em Itu, Costa do Marfim em Águas de Lindóia e Honduras em Porto Feliz. A pergunta "qual o principal motivo da tamanha concorrência?" tem uma resposta simples: o Aeroporto Internacional de Viracopos.


Localizado no km 66 da Rodovia Santos Dumont, o aeroporto é o principal chamariz da Campinas e Região. O movimento promete ser grande local - é calculado um aumento de pelo menos 15% mensal -, que precisou passar por algumas reformas para conseguir atender toda essa demanda.

As principais obras, que começaram em agosto de 2012 e serão finalizadas entre abril e maio de 2014, realizadas foram a construção de um novo terminal de passageiros e um edifício-garagem com capacidade para 4 mil veículos. Todo esse investimento deve girar em torno de R$ 2 bilhões.


Uma das grandes preocupações da Prefeitura de Campinas é atender bem os turistas que são aguardados durante o período do Mundial, data em que os taxistas também esperam lucrar um pouco mais com o translado de Viracopos para as cidades. No entanto, a diretora de turismo de Campinas, Alexandra Capriolli, vai se reunir com esses profissionais para evitar qualquer tipo de abuso.

"Os preços dos taxistas do aeroporto são tabelados e a gente espera que eles não façam nenhuma alteração. Os preços cobrados já geram uma boa remuneração e de maneira nenhuma queremos passar para o turista a imagem de que estamos querendo explorá-los. Por isso, vamos nos reunir com esses profissionais para chegarmos a um acordo", comentou Capriolli em entrevista ao Terra.


Impacto econômico em Campinas

Principal cidade do interior de São Paulo, Campinas sofrerá um impacto econômico com a presença, principalmente da seleção de Portugal e, claro, Cristiano Ronaldo. A delegação portuguesa já esteve observando três hotéis para serem utilizados pelos jornalistas do país.


"A maior parte do impacto será em relação a serviços terceirizados. A hospedagem será paga pelas seleções, mas, por exemplo, a seleção de Portugal. Eles estiveram visitando conosco outros três hotéis porque terão um volume muito grande de jornalistas portugueses. Além dos ônibus fretados que vão deslocar os jornalistas do hotel até o CT, eles estão solicitando também aviões fretados para os jogos. Nossa ideia é contratar esses serviços das empresas de Campinas. O mesmo será oferecido para a Nigéria, que deverá ter uma demanda bem menor de jornalistas", prevê a diretora de turismo de Campinas.


Alexandra Capriolli também se mostra tranquila quando o assunto é a rede hoteleira. De acordo com ela, Campinas já possui um enorme fluxo de turismo de negócio durante todo o ano. Como reuniões e convenções dificilmente serão marcadas durante o período da Copa do Mundo, os hotéis estarão livres para atender os turistas.

Obras nos Centros de Treinamentos

The Royal Palm Plaza

Em Campinas, a seleção de Portugal ficará hospedada no hotel The Palms e utilizará as instalações da Ponte Preta para realizar os treinamentos: os fechados acontecerão no Centro de Treinamento do Jardim Eulina e os abertos ao publico no Estádio Moisés Lucarelli. Já os nigerianos ficarão no Vitória Hotel e treinarão no Brinco de Ouro da Princesa, que pertence ao Guarani.

Hotel Vitoria

Para atender às exigências das seleções, os locais de treinamento terão que passar por algumas reformas. A principal delas é em relação ao gramado, que precisa atender ao Padrão Fifa. Os vestiários do Brinco de Ouro também sofrerão mudanças, enquanto uma sala de imprensa será construída no CT do Jardim Eulina. No final, todos serão beneficiados.

"A principal adequação é a questão do campo, qualidade da grama. O campo da Ponte Preta passou pelo crivo, mas como eles pretendem utilizar o CT para os treinamentos secretos temos um projeto para colocarmos a grama autorizada pela Fifa. O Guarani precisa de melhoria na grama e irrigação. Depois, os clubes poderão se aproveitar dessas reformas", explicou Alexandra Capriolli.


As obras devem ser iniciadas a partir da próxima semana e a expectativa é que R$ 1,2 milhão seja gasto nesse período. Para que não seja necessária a utilização do dinheiro público, empresários de Campinas irão disponibilizar a verba em troca de publicidade. Placas com os nomes dessas empresas, que não foram reveladas, serão espalhadas nos campos.

Fonte: Terra


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