Relembrando a tradição

Ao embarcarmos em aviões no passado, notava-se que eles tinham nomes. A prática tem a idade da aviação – mais de 100 anos. Assim como acontecia com os navios, essa prática permitia distinguir uma aeronave da outra, além de homenagear ou identificar certa companhia aérea.

A Varig, por exemplo, batizou o seu primeiro avião de Atlântico e o segundo de Gaúcho. Seguido de outros nomes como Livramento, Minuano e Chuí. Essa tradição da Varig encerrou-se nos anos 1940.


Cartão-postal da antiga cia. aérea Cruzeiro do Sul, que batizava seus aviões com nomes indígenas

Já a extinta Panair do Brasil usava nome de bandeirantes: Bartolomeu Bueno da Silva e Domingos Jorge Velho, entre outros.

Uma outra empresa que deixou seu nome gravado na aviação brasileira, a Cruzeiro do Sul usava palavras indígenas como Taquari, Guarany ou Abaitará. Mais tarde os seus modelos Convair 340 faziam referências as estrelas como Canopus, Betelguese e Procion.



Constellation da Panair do Brasil, que utilizava nomes de bandeirantes nas aeronaves

Na Europa, a prática persiste até hoje. A Lufthansa usa nomes de cidades ou estados alemães. A Alitalia presta homenagem a compositores eruditos europeus, como Lizst, Mozarat e Bach nos seus A320.

Recentemente lembrei de uma viagem feita por meus falecidos tios Elza e Pedro Mesquita a bordo de um Constellation da Panair do Brasil, com destino à Lisboa, em dezembro de 1953. A família foi em comitiva para o Aeroporto do Galeão, hoje rebatizado de Tom Jobim, para o bota fora. O nome da aeronave era Domingos Jorge Velho.


Cartão-postal exibindo um Electra II da Varig e um Samurai (fabricação japonesa) da Vasp.
A Varig usava nome de localidades do Rio Grande do Sul em seus aviões, na década de 1940

Somado a isso, durante vôo de São Paulo para o Rio de Janeiro na semana que passou, a bordo de um jato da Embraer da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, deparei-me com um exemplar da Azul Magazine, a qual trazia um artigo de Gianfranco ‘Panda’ Beting, diretor de comunicação e Marca da Azul, que contava que nos primódios quase todos os aviões comerciais eram batizados, assim como os barcos.

O interessante artigo conta que a Azul resgatou essa antiga tradição e nas suas 124 aeronaves têm nomes como: Azul da Cor do Mar, Azul de Norte a Sul, Azulzinho. Recentemente passou a celebrar grandes artistas de nossa música; o Azul 2222 é um tributo ao Gilberto Gil. João Bosco é Azul e Daniela Mercury é Azul dispensam comentários. Outros músicos vão ser homenageados em novos aviões.


Essa tradição, continua viva na marcante Azul.

Fonte Portogente

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