Lento Demais


O tempo para a liberação de cargas no Aeroporto Internacional de Viracopos foi considerado “lento” pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Um levantamento feito pela instituição apontou que o terminal de Campinas (SP) demora até 101 horas para autorizar a saída dos carregamentos.
Terminal de cargas do aeroporto de Viracopos em Campinas (Foto: Isabela Leite / G1)
“O aeroporto de Campinas é o melhor do Brasil, mas está muito longe de um nível satisfatório”, disse o especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Riley Rodrigues. O estudo, divulgado na última semana, coloca Viracopos como o mais ágil do país, mas indica que, em comparação com terminais internacionais, ele leva até 97 horas a mais no processo.
O levantamento levou em conta os principais aeroportos de carga do país: Campinas, Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP), além do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ). O tempo de liberação de cargas brasileiro foi comparado ao de terminais na Inglaterra, Estados Unidos, Singapura e China, onde o tempo de autorização para saída de materiais é de 4 horas.
Serviço 24h
Na avaliação da Firjan, os órgãos anuentes responsáveis pela liberação de cargas têm que funcionar 24h por dia. Em Viracopos, por exemplo, o trabalho ocorre em horário comercial e apenas nos dias úteis.  “E tem que funcionar de forma integrada, através do guichê único”, defende Rodrigues.

“Viracopos hoje demora cinco dias para uma carga, 101 horas corridas. Se contadas apenas as horas úteis, temos 45h. Então são acrescentados três dias com a carga parada, porque os órgãos não estão funcionando”, disse Rodrigues.
Reflexos na competitividade
Para a Firjan, a demora na liberação de cargas tem reflexos negativos na competitividade dos aeroportos brasileiros, pois impacta diretamente no custos para a indústria, que precisa pagar, por mais tempo, o valor para a armazenagem dos materiais.

Atualmente, o aeroporto de Campinas é o segundo maior aeroporto de cargas do país, atrás de Guarulhos. Segundo a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, responsável pelo terminal, são movimentadas 500 toneladas de carga por dia.

O que dizem os órgãos de aviação
Sobre o estudo da Firjan, a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República informou, por meio de nota, que "o governo já acordou para esse problema há muito tempo, tanto que está tomando todas as medidas necessárias para melhorar a qualidade de atendimento dos aeroportos brasileiros, sobretudo, os grandes aeroportos, que têm um volume de carga maior".

O que diz a concessionária
A concessionária Aeroportos Brasil, que assumiu a gestão integral do aeroporto há dois meses, informou por meio da assessoria de imprensa que um levantamento próprio apontou que, em fevereiro deste ano, o tempo médio de demora na liberação de cargas foi de 60 horas. "Ou seja, uma carga levou em média dois dias e meio para sair do aeroporto, bem abaixo da média nacional traçada pela pesquisa Firjam de 175 horas (mais de uma semana)", diz a nota.

A empresa enumerou, ainda, cinco "fatores de eficiência" que, para a concessionária, contribuem para Viracopos manter o tempo de liberação abaixo da média nacional. Veja a íntegra dos pontos levantados pela assessoria de imprensa:
1 - Viracopos possui 10.040 posições automatizadas para cargas com até uma tonelada;
2 - O aeroporto conta com uma infraestrutura dedicada a tr~es grandes empresas do segmento courier. Mais de 70% de carga courier no Brasil são processadas em Viracopos;
3 - Toda a infraestrutura é desenvolvida de forma inteligente. Próximo aos armazéns foram concluídos prédios  dedicados à operação de cargas. Esse planejamento facilita a integração e alinhamento entre os elos, além de imprimir maior celeridade aos processos;
4 - Estacionamento exclusivo para caminhões que aguardam a entrega ou coleta de cargas, otimizando o tempo e recursos do importador;
5 - Maior complexo frigorífico da América Latina, permitindo o descarregamento e armazenamento de uma carga perecível em até duas horas.

Comentários

  1. Onde tem estatal e funcionário público, o custo é alto e a produtividade é baixissíma.

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