Setor aéreo deve fechar 2012 com menos pilotos contratados que em 2011
"Estão sobrando pilotos no Brasil", disse o presidente do SNA, Gelson Fochesato (Giuliano Miranda/Fotoarena)
O piloto Derek Medeiros, 26 anos, não tinha medo de ficar desempregado quando começou a voar, há quatro anos. Ele iniciou sua carreira em um momento diferente da aviação brasileira, quando as companhias aéreas disputavam tripulantes para pilotar as aeronaves. Em 2012, o cenário mudou. Derek Medeiros é um dos 850 profissionais que perderam o emprego com o fim da Webjet, anunciado no último dia 23, e teme não conseguir mais voar no Brasil. O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa a categoria, estima que existam entre 500 e 800 pilotos desempregados no país. "Estão sobrando pilotos no Brasil", disse o presidente do SNA, Gelson Fochesato.
O setor aéreo deve fechar 2012 com menos pilotos contratados do que em 2011, segundo números das quatro principais empresas do setor. Será a primeira vez que haverá retração de vagas para esses profissionais desde 2007, quando o setor perdeu parte dos pilotos da Varig, que parou de voar no ano anterior. "Quero continuar a voar no Brasil e chegar a ser comandante. Mas, se não conseguir, vou tentar emprego no exterior", diz Medeiros.
As quatro maiores empresas do Brasil – TAM, Gol/Webjet, Azul/Trip e Avianca – empregam 5.800 pilotos, cerca de 200 a menos que em 2011, segundo levantamento feito pelo Estado com base em dados das empresas e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A redução na equipe é puxada pela Gol, que chega ao fim de 2012 com 1.565 pilotos, 591 a menos que em 2011. Em comunicado, a empresa atribuiu as demissões à redução da malha no primeiro semestre deste ano, quando cortou cerca de 100 voos para se readequar a uma demanda menor.
(Com Estadão Conteúdo)
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