Ainda abalado pela crise econômica – que fez a frota brasileira de aviões estancar entre 2015 e 2017 -, o setor de aviação executiva viu parte de suas vendas se deslocarem de modelos novos para usados. No ano passado, das 180 aeronaves executivas que se incorporaram à frota do País, 74% eram seminovas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Aviação. Esse número ficava ao redor de 30% antes da recessão, de acordo com Leonardo Fiuza, presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).
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Na Líder Aviação, empresa de Minas Gerais que vende e freta aeronaves, por exemplo, a participação dos seminovos na venda total saltou de 10% para 50%. “O perfil do consumidor mudou. Antes tinha muita gente que só comprava novo. Agora, estão mais maleáveis”, afirma a diretora-superintendente da empresa, Júnia Hermont Corrêa. Na Tam Aviação Executiva, comandada por Fiuza, a expectativa é que os usados correspondam a 40% do total comercializado neste ano; antes eles representavam 25%.
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Uma das fabricantes de jatos executivos mais luxuosos do mercado, com modelos cujos preços variam entre US$ 30 milhões e US$ 60 milhões, a francesa Dassault vendeu três unidades no Brasil no ano passado. Duas delas eram usadas. O vice-presidente de vendas para América Latina, Rodrigo Pesoa, conta que, com o aquecimento dos mercados europeu, asiático e, principalmente, americano, sobraram aeronaves usadas nos últimos dois anos, num movimento que pressionou o preço desses modelos para baixo.
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“O brasileiro, em geral gosta de comprar avião novo. Mas os preços mais acessíveis e a crise fizeram o consumidor daqui pensar mais na hora de gastar”, diz. Hoje, segundo Pesoa, o mercado de usados já está se esgotando, e os preços ficando mais estáveis.
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Apesar de muito bem-vinda em tempos de marasmo, a demanda por aeronaves usadas resulta em lucros menores que a por modelos novos. Fiuza explica que a negociação dos seminovos é mais difícil, pois depende da união do interesse do vendedor com o do comprador, além de exigir um trabalho de verificação da situação do avião. O valor da aeronave também é inferior, apesar de a margem ser semelhante à dos aviões novos. “Por outro lado, temos um ganho maior na área de manutenção”, diz.
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Com uma movimentação 17% maior em 2017 nos aeroportos do País, mas com uma frota praticamente inalterada, o mercado de aviação executiva espera começar a elevar suas vendas após as eleições, para consolidar essa tendência em 2019.
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“Ano de eleições costuma ser complicado, mas, mesmo assim, estamos conseguindo algo. A perspectiva é boa”, diz Richard Marelli, presidente da fabricante de helicópteros Helibras, do grupo Airbus. Nos tempos de euforia do setor, a companhia vendia entre 25 e 30 unidades por ano. Em 2016, quando o mercado chegou ao fundo do poço, foram apenas duas. Neste ano, porém, os sinais são de melhora – no acumulado até agosto, a empresa vendeu 33% a mais do que em todo 2017.
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A Tam espera comercializar 45 aviões neste ano, 15% a mais do que em 2017. Até 2014, porém, a média ficava entre 50 e 60. “Mas 2019 deverá ser melhor. Se tiver estabilidade política, a economia também volta”, afirma Fiuza.
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Um dos termômetros da aviação executiva, a Labace – maior feira do setor na América Latina, que termina hoje em São Paulo – recebeu neste ano 47 aeronaves, o mesmo número do ano passado. A presença de empresas prestadoras de serviços para o setor, no entanto, cresceu 20%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Exame
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